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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Por um Ator que Seja.

Não é difícil perceber uma tendência geral do teatro, os atores não mais se preocupam em nos dar personagens reais e críveis, em vez disso nos expõe desenhos de gente até muito bem feitinhos.
Podemos remontar tal tradição ao teatro didático de Brech, este propunha um ator que apenas desenha o personagem para evitar uma identificação do público com a peça. O tipo de ator ideal para tal fim é ainda o do cabaré alemão, e foi exatamente de tal show que Brech copiou o ideal.
O que me admira é que tenhamos comprado uma idéia dessas sem o mínimo de cuidado, ela só serve para casos em que o texto so propõe a ser didático. Fora isso ela é uma falha que esconde mais a incompetência a uma apresentação de proposta nova.
As escolas de teatro são em grande parte responsáveis por esta falha, todas elas deviam estar no código de defesa do consumidor. Com a vontade de ensinar o ator a interpretar bem o papel, elas ensinam a como desenhá-lo bem. Um abismo chama o outro.
Peço a todos os atores que parem de se preocupar se seu desenho corporal é bom ou se sua voz está diferente, atuem com verdade e sinceridade: assim recuperaremos o grau perdido da arte teatral.

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