Andava sozinho pela cidade, um cigarro formava a cena. Eu só e vazio, olhava todas os buracos das ruas e das casas, marcas dum dia-a-dia agitado que eu não sei como funciona. De repente mil pensamentos batem na cabeça, ela gira e deseja uma bebida forte. Eu conto um troco para comprar algo, contar moedas mata o ego de qualquer um.
Enquanto bebo me revolto, lembro dos sonhos que tinha com quinze. Achei que seria melhor e talvez mais digno. Estou fumando, bebendo e esperando. Alguém cheira cola do lado, não ligo. No outro canto um velho gordo cantava uma vadia da rua, ficarei assim? gordo cantando vadias? tenho medo disso. Esse velho me incomoda, como ele se atreve a prever meu futuro tão concretamente? ser ele amanhã me irrita. Quero mata-lo, eliminar toda a possibilidade de se-lo. Cuspir nele e dizer: Eu sou melhor tá escutando! Velho maldito, deixou um copo á vadia. Vadias são sempre vadias.
Pago e volto a andar, o velho me segue na cabeça. Procuro alguém para conversar, uma vadia me chama e eu cedo, quando estou animado me lembro do dinheiro, não tenho. Saio. Vadia...
Olho todos os carros e todas as casas, penso, sinto que sou um césar, um profeta do novo tempo. Pena que só por dentro, existir apenas para dentro é o que me cansa. Devia publicar essa frase, ela é boa. Seria minha obra: Uma frase num jornaleco de bairro.
O velho gordo era eu, maldito, e ele ainda saiu com aquela vadia e eu não. Cansei, amanhã eu pego o velho...
terça-feira, 11 de maio de 2010
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